Capítulo 3 - Perguntas

Posted on 17:52 by Arthur *(Sinapsys)*


Elefantinhos e beiradas bordadas, coxas carnudas e musculosas apesar de sua superfície lisa como seda. William estava pasmo, sentia algo como esferas, macias, porém sensíveis ao toque. Ele podia sentir coisas que nunca imaginou, seu corpo era muito mais sensível que em qualquer momento de sua curta vida.

Sua barriga estava magra e sinuosa, dura como uma pedra, suas unhas afiadas e grandes o desajeitavam, fazendo-o cortar a palma de sua mão ao fechá-la. Silenciosamente ele examinava cada parte deste corpo desconhecido, de pé, percebeu que seus glúteos eram firmes e musculosos assim como suas coxas lisas.

William estava pasmo, e em sua cabeça pensou em todas as possibilidades, lógicas e ilógicas para tal fato. A probabilidade era cerca de um em infinito, logo, impossível sob qualquer visão ou interpretação científica. A opção mais plausível ou favorável era de que William tinha entrado em coma e estava no mais profundo canto escuro de seu inconsciente.

Procurando a causa de seu coma William só conseguiu pensar na pancada que recebera naquela manhã, refletiu e só conseguia imaginar este motivo para ele estar delirando com o corpo daquela “maldita garota, que o chutou tão forte que danificou o cérebro do pobre William”.

Mas ele achava complicado sair da situação onde estava, primeiramente devido ao fato de ele estar com sua preguiça habitual. E também em função de ele não saber como chegou naquela situação. Por isso ele decidiu fazer o que todo garoto na sua idade com os hormônios acumulados faria no corpo de uma garota dentro de um vestiário feminino...

... Ele se deitou e ficou olhando as nuvens. Depois de um longo tempo deitado ele estava quase acostumado com aquilo. A camiseta e o short que ele usava, ele pegou emprestado do armário da garota. Até aquele momento ele estava até gostando daquilo. Mas como nada que é bom dura muito tempo, ele começou a se irritar.

Antes era um ou outro, mas depois de um tempo ele percebeu que todos os garotos que passavam ficavam olhando fixamente para ele, e aquilo começou a irritar ele gradualmente, que recolheu suas coisas e voltou ao vestiário. Afinal uma garota como aquela, vestida com um short curtíssimo de ginástica e uma camiseta curta e bem decotada, deitada na grama da entrada do colégio é algo que não se passa despercebido.

E para irritar mais ainda William, sua cabeça começa a latejar, suas mãos a tremer, e seu peito a doer, algo que levou William a cair de joelhos. De repente ele escuta algo, uma voz, macia como veludo, a mesma voz que ele tinha escutado antes, ela lhe dizia com rispidez:

_Sai logo do meu corpo seu imundo, não te ensinaram que é falta de educação ir entrando assim no corpo dos outros? – Pensando o mais alto possível William respondeu:

_Mais eu nem sei como eu entrei. Como eu vou sair?

_Não acredito que eu fui tomada por um iniciante. Escuta, você precisa ativar o caminho inverso. Só pense no seu corpo. – Obedecendo, William pensou em seu corpo com todas suas forças, e sentindo uma dor de cabeça, tão intensa, que o fez ficar desacordado, ele voltou para seu corpo.

Dias... Semanas, ou melhor, duas semanas se passaram desde aquele incidente que confundiu até mesmo uma mente como a de William e o levou a ficar inconsciente tanto tempo.

Tempo este que ele usou para olhar as nuvens de sua cabeça. Mas como todo sonho está fadado a acabar, William desperta e olha ao redor, só consegue enxergar um grande quarto branco e limpo, o qual ele julgou ser um hospital. Ou melhor, o hospital Mercury High.

Seu mordomo Alfred dormia em uma poltrona próxima a cama, sempre com a mesma postura que emanava certa autoridade, e um excesso de disciplina. William parou de olhar ao redor quando sua cabeça começou a latejar. Tão intensamente que levou Will a pensar que estava emergindo de um mar de lava, granulado por espinhos, que o puxavam cada vez mais para baixo. Em outras palavras, era a pior dor que ele já sentiu ou pensou sentir em toda sua vida.
Ele segurou com força nos beirais da cama dura do hospital, os aparelhos começaram a apitar e ele só viu várias pessoas chegando...

Mergulhado novamente no seu sonho, William se sentia aliviado, pois não sentia mais aquela dor terrível. Entretanto dessa vez ele não via mais só nuvens. Aliás ele não via nada, era só um grande e vasto local escuro, sem nada, mas mesmo assim William foi caminhando, e caminhando, até chegar em um lugar onde havia um tipo de rede. Tentado a saber o que era aquilo, ele a tocou, mesmo ela sendo cerca de 50 vezes maior que um prédio. Mas era tão bonita, com sua coloração levemente acinzentada, e milimetricamente enrolada e enlaçada em torno de seu próprio eixo.

Quando as pontas de seus dedos trêmulos tocaram a superfície, William percebeu que tinha um aspecto próximo a escamas de um crocodilo. E sem que ele tivesse tempo para perceber outra coisa a rede foi se desenrolando, de um modo tão rápido que Will mal conseguia acompanhar. Foi se ramificando por todo aquele vasto espaço, e Will imaginava que era como uma aranha tecendo sua firme e imponente teia, devido ao modo com que a rede agia.

Ele só conseguia pensar em uma palavra para descrever aquilo: “lindo”, mesmo achando que era impossível aquilo tudo ficar mais bonito, uma surpresa o impressionou. De repente todo aquele emaranhado, aquela teia, se “ligou” e ficou com um brilho tão intenso que Will foi forçado a fechar seus olhos.

O tempo que William passou de olhos fechados foi mais que necessário para que, ao abri-los novamente, se via em um local totalmente iluminado por tal teia.

Teia esta que não parava de executar impulsos eletromagnéticos, como ondas se chocando contra a areia da praia, ação que deixava Will intrigado, e com certo medo.

Uma sensação de poder emanava daquilo tudo, fazendo William querer tocar novamente. Mas aqueles impulsos o preocupavam, entretanto, a sedução era maior, ele se sentia quase hipnotizado. Então sem hesitar ele tocou novamente a teia, e, seguido por um clarão, Will foi jogado para trás cerca de 100 metros de distância.

Para surpresa de William a queda foi macia, devido ao aspecto aveludado que os impulsos emitiam na teia. Mas isso não foi a coisa mais impressionante, até que, mesmo William Darc’ que sempre foi um garoto com um intelecto muito acima do normal ficou perplexo.

Milhares... Milhões de informações passavam por sua cabeça, era como um banho em uma fonte de conhecimento. Física Quântica, Química orgânica, construção civil, direito internacional, mercado, tudo, desde artes até exatas, começaram a aparecer e passar por sua cabeça. E o mais impressionante foi que William as associava e entendia instantaneamente, em intervalos muito menores que um nano segundo.

Com tantas coisas se passando por sua cabeça ele não conseguiu perceber que a teia se expandia, mais e mais. Ela trocava de cor em um frenesi constante, do vermelho para o preto, e do preto para um azul estonteante.

Tais coisas feitas tão rápido simultaneamente esgotaram o corpo de William, e ele caiu sob seus joelhos.

“_ Senhor William, Meu Deus! O senhor está bem?” – Essas palavras ecoavam na cabeça do garoto.

“_ O senhor esteve cerca de 17 dias em coma desde que sua professora o encontrou na sala de aula tendo um colapso nervoso. ENFERMEIRA!!!!!” – Will quase chegou a desmaiar de novo devido a voz estridente e preocupada de Alfred em sua cabeça.

_ Ma...mas... Qual foi o motivo? Os médicos disseram algo? – Dizia William esgotando suas energias, pois ele queria acreditar que tudo aquilo era uma alucinação, porém, ele considerava a hipótese de tudo aquilo realmente ter acontecido.

“_ Os médicos disseram que o seu cérebro teve uma descarga eletromagnética muito intensa, eles não sabem como foi possível dentro de sua cabeça, mais dizem que você é sortudo de estar vivo, eu sabia que o senhor voltaria senhor William!"

Will ficou petrificado, afinal, tudo aquilo realmente tinha se confirmado, de repente ele percebeu que sabia onde, quando e o porque cada aparelho médico naquele quarto fora produzido, ele sabia o funcionamento, peças, modo de montar, desmontar, quebrar, queimar. Mas ele nunca tinha estudado aquilo. Ele sabia processo por processo, e aquilo o amedrontou. Pois ele visualizava o interior dos aparelhos, desde o impulso elétrico até o que aparecia no monitor do cardiograma.

Era assustador, ele sabia exatamente tudo...

...Mas o que ele não sabia, é que seus poderes não acabavam ali...

3 Response to "Capítulo 3 - Perguntas"

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Anônimo Says....

cara esse capitulo fico iradooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

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